A pedagoga Conceição Diniz tinha insuficiência renal e precisava de doação. Ela recebeu um dos rins do marido, Emerson Diniz.FOTO: Kléber A. Gonçalves |
Há
7 anos, a pedagoga Conceição Diniz viu sua vida mudar completamente. Após dores
renais constantes, ela recebeu a notícia dos médicos que necessitava de um novo
rim. Apesar da apreensão, sua fé e confiança nos profissionais estiveram
presentes durante todo o processo. Mas o que ela não imaginava é que a sua cura
estava ao seu lado. Émerson Diniz, seu marido, entrou em contato com os médicos
e se dispôs a doar seu rim.
Os
exames foram compatíveis e, dias depois, Conceição começava uma nova vida. Ela
faz parte de uma rede de solidariedade, que somente neste ano, já alcançou uma
marca expressiva de 1.098 transplantes realizados no Ceará.
Hoje,
no Dia Nacional da Doação de Órgãos, ela comemora o seu renascimento após o
transplante e faz um chamado a todos que possam ajudar nessa causa nobre.
"Depois de tudo que eu passei, a gente aprende a valorizar as coisas
simples da vida. A gente passa a se questionar o porquê disso está acontecendo.
Mas a família, amigos e Deus estiveram presentes para dar força. E foi assim,
que consegui me manter serena. Quando meu marido avisou que faria a doação, eu
sabia que tudo iria dar certo. Foi mais que uma prova de amor. Foi uma prova de
solidariedade, desprendimento e amizade", destaca Conceição.
Já
seu marido afirma que mais pessoas deveriam estar abertas para doação. "Eu
não salvei só a vida dela, mas também a minha. Todo o processo de espera na
fila é muito desgastante. Foi a maior felicidade da vida, quando eu descobri
que meu rim era compatível. Agradeço a Deus e toda equipe do Hospital das
Clínicas, na pessoa da doutora Paula Castelo Branco", destaca Diniz.
A
Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informa que, neste ano, dos 1.098
transplantes, 161 foram de rim, um de rim/pâncreas, 21 de coração, 143 de
fígado, 3 de pulmão, 62 de medula óssea (42 autólogos e 20 alogênicos), 705 de
córnea, um de esclera e um de valva cardíaca. Em relação a 2016, até e agosto
último, o Ceará realizou mais transplantes de fígado e o mesmo número de
transplantes de pulmão e de medula óssea, embora o maior número de transplantes
alogênicos em 2017.
Como
em 2016, a marca dos mil transplantes foi alcançada. De janeiro a agosto de
2016, houve 1.153 transplantes no Ceará.
Queda
Em
igual período de 2017, foram realizados 1.012 procedimentos no Estado. A queda
em 2017, entretanto, é em parte justificada por uma conquista do Estado em
2016, ano em que o Ceará zerou a fila de espera de transplantes de córnea,
depois de 34 anos realizando esse procedimento, iniciado em 1982.
O
Brasil tem hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, no qual cerca
de 95% dos procedimentos e cirurgias são feitos com recursos públicos. Já o
Ceará conta hoje com 52 hospitais notificantes e 18 Comissões
Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos. Para fortalecer a iniciativa,
o Ministério da Saúde lança hoje campanha nacional. (Diário do Nordeste) Principal
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