Ciro Gomes discursou para centenas de pessoas em evento
no Crato, na noite de ontem. Hoje, ele continua sequência de eventos pelo
Cariri. FOTO: Antonio Rodrigues
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Crato. "Me
apresento com autoridade moral para apontar o dedo na venta dos corruptos deste
Brasil!", bradou o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), na noite
de ontem, para uma plateia de apoiadores em evento realizado no Município do
Crato. Foi o primeiro dia de incursões da Caravana Rumo 12, promovida pelo partido,
que passará por diversas regiões do Ceará com o intuito de fortalecer a
pré-candidatura do pedetista à Presidência da República. Em entrevistas, ele
também admitiu aliança do grupo governista com o senador Eunício Oliveira
(PMDB) em âmbito local.
Em
discurso, Ciro lamentou os números do desemprego e da violência no Brasil, fez
críticas ao Governo do presidente Michel Temer (PMDB) e destacou sua
experiência política e ficha limpa como credenciais para a disputa
presidencial. Ele também acrescentou que, com a possibilidade de o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ser candidato no pleito de
outubro próximo, aumenta sua responsabilidade de apresentar um projeto para o
País no campo da centro-esquerda.
Ainda
ontem, antes do encontro realizado em um clube no Centro do Crato, Ciro Gomes
também esteve em Caririaçu e Juazeiro do Norte. Nas três cidades, ele foi
recebido pelos prefeitos Edmilson Leite, de Caririaçu, Arnon Bezerra, de
Juazeiro, e José Ailton Brasil, de Crato. A Caravana Rumo 12 continua hoje na
Região do Cariri, onde acontece convenção municipal do PDT de Barbalha na
Câmara de Vereadores daquele Município, marcada para as 9h. Até amanhã (3), a
comitiva deve visitar 12 municípios do Cariri.
Na
noite de ontem, no evento no Crato, o pré-candidato esteve cercado por
lideranças pedetistas e apoiadores de partidos aliados. Estiveram presentes o
presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o presidente do partido no Ceará,
deputado federal André Figueiredo, o ex-governador e irmão de Ciro, Cid Gomes,
e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), assim como outros gestores de
municípios do Interior do Estado.
Também
participaram do evento os presidentes da Assembleia Legislativa do Ceará,
deputado estadual Zezinho Albuquerque (PDT), e da Câmara Municipal de
Fortaleza, vereador Salmito Filho (PDT), além de outros deputados estaduais da
base aliada do governador Camilo Santana (PT), deputados federais e vereadores
do Interior.
Aos
presentes, Ciro disse que o Brasil tem, atualmente, cerca de 12,7 milhões de
desempregados e citou que passa de 34 milhões o número de pessoas
"empurradas para a informalidade". Ao tratar da área de Segurança
Pública, ele afirmou que o cenário é de impotência e desmoralização do Estado
brasileiro frente ao "banditismo organizado" e lembrou que, em 2017,
foram registrados cerca de 64,7 mil assassinatos no País. "As autoridades
se esforçam aqui e ali, mas o Brasil não mudou uma lei, o Brasil não mudou o
Orçamento ao longo dessa década e meia em que esse fenômeno se impõe, e dele
não escapa ninguém".
Diante
destes e de outros problemas, o pré-candidato do PDT defendeu que, "por
mais que a sociedade esteja descrente da luta" e que, na busca por
"simplificações grosseiras", "não faltam aqueles que, como
verdadeiros urubus procuram matéria podre para dela viver", é preciso
tentar um "caminho diferente" por meio da política.
Mais
cedo, no Horto do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, Ciro Gomes enfatizou que,
caso Lula não seja candidato neste ano, terá maior responsabilidade no pleito.
"Aumenta muito, e eu vou cumpri-la". Já em entrevista coletiva no
Crato, ele defendeu o direito de o petista ser candidato. "Acho natural o
PT ter candidato, assim como o PDT tem sua proposta. Tenho certeza que nós
vamos trabalhar e nos reencontrar no segundo turno".
Aliança
local
Provocado
sobre possível aliança com o presidente do Congresso Nacional, o senador
Eunício Oliveira, o pré-candidato foi cauteloso e lembrou o último pleito,
marcado por "muita confrontação". Ele ressaltou o atual papel de
Eunício para o Estado, mas frisou que nunca fez "acordo com adversário
para tirar o povo da jogada", dando a entender que, se o eleitorado
aceitar coligação entre ex-adversários, a aliança se concretizará. Ciro ressaltou,
contudo, que a "última palavra" é do governador.
"Se
Eunício viabilizar recursos para o Estado, eu agradeço publicamente. Ao invés
de perseguir, ele ajudou. Se amanhã ou não isso vai criar um ambiente que
adversários de ontem podem dar as mãos com respeito do povo, só o tempo vai
dizer. Eu, nesse momento, sou um obstáculo. Eu não percebo coerência nesse
momento ainda. O que temo é que reunião de adversários de ontem possa parecer
que é entendimento de gabinete para diminuir o valor do eleitor. Isso nunca fiz
na vida inteira".
(Diário do Nordeste)
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