Barbalha. Há seis
meses, funciona na Escola de Saberes, a Feira de Economia Solidária deste
Município, localizado no Cariri cearense. O evento movimenta 22 feirantes,
entre agricultores, artesãos e artistas locais. O grupo começou com feiras
itinerantes nas comunidades rurais e, hoje, duas vezes por semana, na
sexta-feira e sábado, se reúne das 7h às 15h.
O
grupo de Economia Solidária de Barbalha começou a partir de uma oficina, em
2011, com produtores orgânicos. A perspectiva se ampliou e passou, além da
venda, para a troca de produtos e serviços entre os feirantes. Antes de
funcionar na Escola de Saberes, os comerciantes fizeram panfletagem e
mobilização entre as pessoas, de porta em porta. No local, encontramos
artesanato, agricultura orgânica, culinária regional e apresentações culturais.
"É
uma feira diferente por causa da troca. O fluxo de pessoas é grande nas
primeiras semanas do mês, principalmente, nas primeiras horas do dia. Antes de
abrir, já tem pessoas na calçada esperando", conta a cordelista Lindicássia
Nascimento, uma das articuladoras do grupo. Para ela, a feira é uma atividade
criativa que fomenta a economia local e serve de exemplo para outros
municípios.
A
agricultura Socorro Alexandre, da comunidade de Santo Antônio do Arajara, traz
uma variedade de plantas que são sucesso na feira. Além de flores ornamentais,
as ervas medicinais fazem parte de seus produtos. Para a comerciante, o que
motiva seu trabalho é o aumento de sua autoestima.
"Quando
estou com problema, vou para meu espaço de plantas, faço uma muda, converso. O
problema que tinha vai embora, porque as plantas têm um poder enorme",
garante.
Os
clientes, semanalmente, estão passando para ver as novidades de Socorro, que
pretende ampliar sua venda e trazer, também, o artesanato. Por enquanto, as
plantas são sucesso para quem passeia pelo local, como a dona de casa Paula da
Silva, que veio da cidade vizinha, Juazeiro do Norte, para conhecer a feirinha
e levar um presente. "Hoje, estou levando o Cajá de São José, que é para
ornamentação, mas quando tiver por aqui sempre vou vir", garante.
Já
a professora Maria Lireda de Alencar é cliente fiel. Apesar de morar no Crato,
toda semana compra hortaliças, doces, sequilhos e fubá. Ela acredita que, antes
de fixarem a feira na Escola de Saberes, Barbalha não tinha um local para
encontrar estes produtos. "Chegou no momento certo. Sinto que estes
produtores estavam espalhados. O incentivo de acolhê-los é muito importante. A
valorização do homem do campo, dos produtos naturais, numa perspectiva de uma boa
alimentação, sem agrotóxico. Tenho inteira confiança", destaca a
professora.
Diversidade
A
Feira de Economia Solidária também oferece os jogos artesanais, voltados para
crianças e jovens. O responsável pela confecção é o artesão Antônio Cassiano da
Silva. Natural de Juazeiro do Norte e morando há três anos em Barbalha, ele
produz mais de 100 itens com categorias fácil, médio, difícil e super-difícil.
Apesar de alguns serem antigos, ele garante que tem atraído as novas gerações,
como o dado mágico e o tangram.
"A
ideia começou de criança. Achava interessante e fiz dela a minha profissão.
Depois, encontrei alguns jogos em livros, conversando com amigos e pesquisando
na internet. A juventude gosta muito, até porque tem uma certa facilidade de
encontrar os segredos deles no computador. A gente trabalha muito com as
crianças e tem muitos brinquedos educativos", explica Antonio Cassiano. (Diário do Nordeste)
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