Segundo dados do Banco Central, em janeiro de 2018 o saldo da carteira de crédito do cheque especial era de R$ 24,3 bilhões. FOTO: Agência Brasil |
Os
bancos vão oferecer aos clientes do cheque
especial opção de parcelamento da dívida, com juros mais baixos, a partir de
julho. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (10) pela
Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Cada banco vai definir a taxa de
juros a ser praticada.
O
cheque especial é uma das modalidades
de crédito com taxas de juros mais altas. Emfevereiro, chegou a 324,12% ao ano, enquanto
a taxa média do crédito livre para as famílias ficou em 57,72% ao ano.
“Pelas
novas regras, as instituições financeiras terão sempre disponíveis ao
consumidor uma alternativa mais barata para parcelamento do saldo devedor do
cheque especial”, disse a Febraban, em nota.
De
acordo com a entidade, os consumidores
que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos vão
receber a oferta de parcelamento.
“A
oferta será feita nos canais de relacionamento e o cliente decide se adere ou
não à proposta. Caso não aceite, nova oferta deverá ser feita a cada 30 dias”,
explicou a Febraban.
Canais
de relacionamento
Os
bancos, pelos seus canais de relacionamento, também alertarão o consumidor
quando ele entrar no cheque especial, “destacando que esse crédito deve ser
utilizado em situações emergenciais e temporárias”.
“Caso o consumidor opte pelo parcelamento do
saldo devedor, os bancos poderão manter os limites de crédito contratados,
levando em consideração as condições de crédito do consumidor ou estabelecer
novas condições para a utilização e pagamento do valor correspondente ao limite
ainda não utilizado e que não tenha sido objeto do parcelamento”, disse a
Febraban.
A
Febraban informou ainda que o valor do limite de crédito do cheque especial
disponível para utilização deverá ser informado nos extratos de forma clara e
apartada de modo a não ser confundido com valores mantidos em depósito pelo
consumidor na conta corrente.
As
mudanças foram feitas por meio de autorregulação. O Sistema de Autorregulação
Bancária é um conjunto de normas criadas pelo próprio setor, com a participação
do Banco ABC Brasil, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco Original, Banco
Safra, Banco Toyota, Banco Volkswagen, Banco Votorantim, Banpará, Banrisul,
Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, China Construction Bank , Itaú
Unibanco, Mercantil do Brasil, Santander e Sicred.
Os
dirigentes do Banco Central (BC) vinham indicando que a Febraban faria mudanças
no cheque especial, por meio da autorregulação, ainda este mês.
Saldo do
cheque especial
Segundo
dados do Banco Central, em janeiro de 2018 o saldo da carteira de crédito do cheque especial era de R$ 24,3
bilhões, representando 1,5% do total das operações com pessoas
físicas (R$ 1,657 trilhão) e 0,8% do saldo das operações do Sistema Financeiro
Nacional (R$ 3,066 bilhões).
Se
comparado com o volume total de operações com recursos livres (os bancos têm
autonomia para definir os juros), o cheque especial representa 2,8% dessas
operações. (Agência
Brasil)
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