Relatório final de auditoria do TCE na Previdência Social, com recomendações e determinações, foi aprovado pelo Pleno da Corte em 6 de fevereiro. FOTO: JL Rosa |
Naquela
data, o TCE estabeleceu prazo de 60 dias para que os gestores da Seplag e da
Secretaria da Fazenda (Sefaz) apresentassem ao órgão um plano de ação referente
ao cumprimento das 13 recomendações e das quatro determinações da auditoria. De
acordo com a assessoria de comunicação da Sefaz, a elaboração do plano de ação
está a cargo da Seplag. Já a Pasta do Planejamento informou, também por meio da
assessoria, que apenas ontem ofício do Tribunal chegou à Secretaria.
O
documento deve ser encaminhado hoje à Coordenadoria de Gestão Previdenciária,
para que as medidas necessárias sejam tomadas. O TCE confirmou que dois ofícios
foram expedidos no último dia 3 de abril, portanto, o prazo de 60 dias
estabelecido na Resolução nº 0444/2018 só começou a contar a partir das
notificações aos gestores das duas secretarias.
Enquanto
isso, mesmo com problemas identificados pelo TCE no sistema previdenciário
estadual, o Governo Camilo Santana tem enfrentado resistência de parlamentares
da base aliada na Assembleia Legislativa em sucessivas tentativas de fazer
avançar na Casa o pacote de mudanças propostas para a Previdência do Estado.
Falta de
consenso
Após
a realização de reuniões de secretários estaduais com governistas para o
esclarecimento de pontos questionados pelos deputados, sem muitos avanços, o
Palácio da Abolição deve ceder a uma das reivindicações dos aliados e, nas
próximas semanas, convocar representantes dos servidores estaduais para debater
as alterações pretendidas. Para alguns deputados, isso pode impulsionar a
aceitação do pacote pelos funcionários públicos.
Segundo
parlamentares ouvidos pelo Diário do Nordeste, em reunião no último dia 20 de
março, enquanto o secretário do Planejamento, Maia Júnior, tentava
"esclarecer alguns pontos da Reforma", "houve resistência
pesada" de um grupo governista. A maioria dos aliados sustentou que é
preciso ouvir os servidores no debate sobre as mudanças.
"Acredito
que nenhum deputado vote aquilo ali sem conversar com o povo, não", disse
um parlamentar. "Acredito que o governo recua, porque a base quer ouvir os
servidores. Se isso é uma coisa que vai garantir que todo mundo possa se
aposentar, por que não ouvir o servidor?", questionou outro.
Já
o deputado Carlos Felipe (PCdoB) admite que "existe uma preocupação grande
dos deputados, porque é um ano eleitoral e todos sabem disso", mas
sustenta que a administração estadual "faz certo em chamar os servidores
para o debate". "No momento em que esse processo ocorre, acho que o
governo começa a ter chance de aprovar isso aí", afirmou.
O
líder do Governo na Assembleia, deputado Evandro Leitão (PDT), por sua vez, diz
que a base estaria reagindo "de forma tranquila" às mudanças
propostas na Previdência. Questionado se o Governo do Estado poderia recuar da
tramitação das matérias diante das dificuldades de consenso com a base, ele não
rejeitou a possibilidade, mas defendeu que há capacidade de reunir entendimento
na bancada. "Não descarto um recuo, tudo é possível, mas não vejo isso em
nenhum deputado".
(Diário do Nordeste)
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