Juazeiro
do Norte.
No fim de fevereiro, foi instalado, no Restaurante Popular deste Município, uma
horta para a produção de legumes e verduras. Pouco mais de 20 dias depois, já
foram feitas as primeiras colheitas e os produtos chegaram à mesa dos usuários
do equipamento. A criação da horta faz parte do projeto "Saúde na
Mesa", que integra o Programa de Agricultura Urbana, desenvolvido pela
Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Seagri). A expectativa é
que sejam implementadas 256 plantações, em creches, escolas, cozinhas
comunitárias e nos Centro de Referência e Assistência Social (CRAS).
O
trabalho começou em 2017, quando a equipe da Seagri, de veterinários,
agrônomos, zootecnistas e técnicos agropecuários passou por capacitação. O
resultado foi a elaboração do programa, que conta com três projetos. O
"Saúde na Mesa" iniciou com a horta no Restaurante Popular. Segundo o
secretário, Romão França, este foi o primeiro laboratório de uma experiência já
exitosa em alguns países do mundo e é destaque em alguns estados do Brasil.
No
início, a equipe teve dificuldade, pois, no local em que os canteiros foram
instalados, havia muito entulho. Uma camada de 40 cm do solo foi retirada e
substituída. A horta ficou na parte lateral do prédio e atrás foi plantado o
feijão, o milho e a mandioca "para estruturar primeiro o solo para depois
entrar com as hortaliças, que são mais exigentes", explica o agrônomo da
Seagri, Luiz Eduardo Abreu.
Os
alimentos são orgânicos. "Está sendo feito o mais natural possível, para
que as pessoas entendam que existe uma outra forma de produzir, que não seja
dependente destes produtos industrializados. Os defensivos são elaborados
naturalmente para oferecer um alimento de qualidade aos usuários do
restaurante", descreve Luiz.
De
lá pra cá, em três pequenas colheitas, já foram obtidos 307 pés de rúcula e 23
canteiros de coentro, somados ao manjericão, que foram distribuídos no próprio
restaurante popular e na cozinha comunitária do bairro Frei Damião. Com nove
pessoas envolvidas neste primeiro momento, a expectativa é ampliar para o
jerimum, cebola e pimentão. Já estão em fase avançada a cebolinha, tomate
cereja e pimenta-de-cheiro.
Segundo
a diretora do Restaurante Popular, com a horta, a qualidade da alimentação
melhorou e os usuários estão adorando a mudança. Também foram reduzidas as
perdas, já que colhem sabendo a quantidade a ser usada, evitando desperdício.
"A perspectiva é manter e aumentar com outros canteiros".
Já
a nutricionista do equipamento, Sâmia Nunes, destaca que o cardápio melhorou,
pois agora oferece uma variedade maior de saladas. Além disso, ela ressalta a
qualidade destes produtos para a saúde das pessoas. "Como a gente está
trabalhando com alimento 100% orgânico, os nutrientes são melhor conservados
que os convencionais. O valor nutricional é bem mais alto", completa.
O
aposentado Zezito Ferreira aprovou a mudança que, para ele, é uma novidade na
cidade. Usuário do Restaurante Popular há mais de um ano, ele viu a horta
crescer rapidamente. "Senti diferença grande. Aí está um negócio bom, já
estamos comendo de lá. Antes era só era mato e folha. Isso foi importante para
aproveitar o espaço. Está gostoso demais", exalta.
Na
próxima semana, mais quatro hortas serão implantadas, simultaneamente, nas
cozinhas comunitárias dos bairros Horto, Aeroporto, João Cabral e Frei Damião.
Dentro
do Programa de Agricultura Urbana, mais dois projetos estão inseridos:
"Farmácia Verde" e "Jardins Florestais". O primeiro
implantará, nos postos de saúde, hortas com plantas medicinais, aproveitando a
cultura da meisinheiras, que é forte na região. O outro plantará em praças e
outros espaços públicos plantas frutíferas e nativas. (Diário do Nordeste)
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