As bonecas de
pano de Lidia usam vestidos de noiva, de festa, do dia-a-dia e biquíni estão
entre as criações da artesã de Várzea Alegre. FOTO:
Honório Barbosa
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A
arte popular de confeccionar bonecas de pano, que esteve presente durante
décadas nas feiras das cidades do sertão cearense, renasce pelas mãos da artesã
Lidia Babinski, moradora do sítio Exu, na zona rural de Várzea Alegre. As peças
coloridas e bem-acabadas retratam mulheres adultas e despertam a atenção de
quem conhece a produção ainda incipiente.
Até
agora, a artesã tem resistido à pressão de amigas para produzir em maior
escala, visando à comercialização, e também para exposição em espaços de artes
na Capital cearense. Aos poucos, a dona de casa percebe que é uma verdadeira
artista popular, ganhando gosto e ampliando a produção feita no seu ateliê,
instalado em um dos cômodos da casa.
“Faço
as bonecas sem compromisso, gosto dessa ocupação, é maravilhoso fazer, saio do
mundo, é uma forma de entretenimento".
O
espaço onde trabalha é bucólico, agradável, próximo a um açude, em meio de mata
nativa e de pássaros que cantam em árvores no entorno da casa. O silêncio só é
quebrado pelos ruídos da natureza.
A produção de Lidia ainda não está sendo
comercializada.
Elogiada por amigos e apoiada
pelo marido, a artesã não descarta a
possibilidade
de vender as peças no futuro. FOTO: Honório Barbosa
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A
inspiração surgiu em um momento doloroso, quando o marido, o artista plástico
polonês, Maciej Antoni Babinski, radicado no Brasil desde a década de 1950,
teve que viajar a São Paulo, em 2010, para tratar-se de um câncer na clínica do
médico oncologista Dráusio Varela. "Era acompanhante do Babinski e
precisava ocupar meu tempo. Comprei tecido, linhas e comecei a confeccionar
as".
Terapia
O
passatempo ganhou forma cada vez mais aperfeiçoada e o resultado são peças
admiradas pelos amigos. "Foi mamãe que me ensinou, deu a ideia, mas
confesso que não gostava daquelas bonecas antigas, gordas, que não tinham bom
acabamento", pontua. A produção tosca ficou para trás e surgiram
bonequinhas adultas, com seios e cinturas.
"Faço
do meu jeito e aprendi só, desenho o molde, faço o corte dos tecidos, o
enchimento, a costura e os bordados que definem olhos, sobrancelhas, nariz,
boca. Todo o trabalho é manual", explica Lidia Babinski. "Os vestidos
são de tecidos coloridos de algodão e o enchimento é de manta acrílica,
antialérgica". Toda a matéria- prima é encontrada em lojas da cidade de
Várzea Alegre, distante cerca de 20 km de sua morada.
Para
produzir uma boneca, Lidia leva, em média, uma semana, pois divide a atividade
com os afazeres de casa. (Diário do Nordeste)
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