Trabalho de artesãs cearenses atrai até clientes de fora do País.
FOTO: WANDEMBERG BELÉM
Em várias localidades rurais do Município de Jaguaribe, no sertão cearense, há uma cena comum: grupo de mulheres sentadas nas calçadas das casas ou no meio das salas dedicadas à produção da renda de filé. O artesanato conquistou mercado externo, chegou a outros estados e países e despertou a atenção de produtores culturais.

A novidade é que no Carnaval deste ano, peças confeccionadas por artesãs locais vão integrar o figurino de passistas da ala 26 da Escola de Samba União da Ilha do Governador, no desfile da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. A temática do enredo da escola é "Um pedaço do Rio, onde brilha o sol e o sorriso do Ceará".

O carnavalesco da Escola de Samba da Ilha do Governador, Severo Luzardo, ficou encantado com o artesanato jaguaribano. "No desfile, mãos dos cearenses estarão presentes e um exemplo é o melhor bordado de filé, que é de Jaguaribe", pontuou. "Fui até lá, fiz uma reunião com o prefeito e com as associações de artesanato e deu certo", detalha.

Luzardo explicou que queria fazer uma ala com a renda de filé, mas não tinha como pagar para 100 fantasias. Diante das restrições financeiras, surgiu a ideia da parceria. "Se vocês bordarem, vai pra avenida o bordado autêntico e deu certo". Além das peças de renda de filé, o artesanato de rendeiras cearenses e as peças de couro de Espedito Seleiro, de Nova Olinda, também compõem o figurino da escola.

Surgimento
A descoberta da renda de filé ocorreu por acaso. Em uma reunião em Fortaleza, com Severo Luzardo que fazia a pesquisa sobre o Ceará, o secretário de Turismo de Jaguaribe, André Siqueira, estava presente e indicou a produção artesanal local. "O carnavalesco visitou as localidades e ficou encantado com o que viu", contou o diretor de Cultura do Município, Michelsen Diógenes.

As artesãs das localidades de Mapuá, Feiticeiro e Fechado confeccionaram 100 peças semelhantes a uma toalha redonda, uma espécie de manto, que vai cair sobre a fantasia dos passistas, e mais 300 círculos de renda de filé que serão usados sobre a cabeça. "Esperamos que essa divulgação abra as portas ainda mais para o nosso artesanato e nos dê maior visibilidade", disse Diógenes. (Diário do Nordeste)

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