Músico cearense
Pedro Neto e a médica cubana Yudelkis Gonzalez
provam que o amor supera
qualquer barreira
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A
saída dos profissionais de Cuba do Programa Mais Médicos do Ceará, em novembro
do ano passado, após o fim do acordo entre os governos brasileiro e cubano,
repercutiu em áreas muito além da saúde. No município de Catunda, a cerca de
256 km de Fortaleza, o músico Pedro Neto e a médica Yudelkis Gonzalez estavam
de casamento marcado quando foram separados.
A
médica atuava pelo programa federal em Paraíso, distrito catundense e conheceu
Pedro logo ao chegar, em dezembro de 2016, à igreja da cidade de Catunda. Dois
anos depois, em junho de 2018, os dois noivaram.
"Estávamos
com todo o projeto, planejando casar no fim de janeiro, e recebo uma ligação
dela aflita, desesperada, comunicando que os estrangeiros do 'Mais Médicos'
teriam que voltar a Cuba. Foi um momento muito difícil, nos deixou tristes e
sem chão", relembra o músico.
O
casal já havia providenciado os documentos necessários para a união civil.
"Prometemos um ao outro não desistir enquanto houvesse possibilidade. Mas
as coisas são difíceis, burocráticas. A comunicação é pouca, porque internet lá
era difícil, e para ligar (o valor) é um absurdo", lamenta Pedro Neto.
Já
neste ano, o músico catundense realizou uma campanha nas redes sociais e rádios
do Município para arrecadar recursos e conseguir arcar com as despesas do
retorno da noiva. Ela voltou para a cidade de Las Tunas, em Cuba.
Os
dois correram contra o tempo, já que a documentação de solicitação do casamento
perderia a validade em março. Para Yudelkis retornar ao País, seria necessário
aproximadamente R$ 4.500, incluindo passagens e custos com a documentação que
ela precisaria trazer do país caribenho.
No
último sábado (2), após vender uma motocicleta, móveis de sua casa e realizar
um bingo com a ajuda da população de Catunda, Pedro conseguiu a quantia
necessária e Yudelkis conseguiu retornar ao Brasil, desembarcando no Aeroporto
Internacional de Fortaleza na madrugada da última segunda-feira (4). "Foi
uma alegria, porque a gente estava com medo de não dar tempo, pois ela tinha
que receber documentos em Cuba e ter a liberação do trabalho".
A
luta para que o casal tenha a união oficializada, porém, continua, já que as
economias acabaram, mas a burocracia das papeladas não. Para seguir com o
casamento, o casal ainda precisa de uma declaração.
Pedro
Neto espera conseguir, ainda, o valor necessário para Yudelkis obter seu Título
de Medicina do governo cubano - documento que permite à profissional se submeter
ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) e, assim,
exercer a profissão no Brasil. O custo é de 1.100 dólares, o equivalente a
cerca de R$ 4 mil. (Diário do Nordeste)
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