Corpo de “Toinho” foi velado em sua residência na Rua 22 de julho, 1330. FOTO: Normando Sóracles

O corpo de Antonio Pedro da Silva, de 66 anos, o “Toinho” Mascote do Icasa, será sepultado às 14 horas de hoje no Cemitério São João Batista em Juazeiro do Norte. Ele morreu na manhã deste domingo vítima de um infarto fulminante quando caiu numa das ruas no centro da cidade. O mesmo era hipertenso e diabético e o velório acontece em sua residência na Rua 22 de Julho, 1330 (Bairro Limoeiro) por onde já passaram milhares de pessoas.

Natural de Viçosa (AL), era filho de romeiros que vieram morar em Juazeiro quando Toinho aqui chegou com apenas 10 anos de idade já trazendo consigo as seqüelas de uma paralisia infantil. Àquele pequeno alagoano sempre carregou consigo o bonito exemplo da perseverança de uma pessoa que jamais deixou de acreditar que a dificuldade em se locomover e se comunicar não seriam empecilhos. Casou duas vezes, sendo na primeira com Valdelice e a outra Maria Lucinda com as quais teve cinco filhos.

Toinho deixa para todos que o conheceram o exemplo da fé, esperança, alegria, superação e, sobretudo de muito amor ao trabalho. Ele foi cobrador de ônibus durante 11 anos, engraxate, vendedor, ativista em campanhas políticas e pediu esmolas quando sentia a necessidade de um complemento para o elevado orçamento doméstico que, muitas vezes, o dinheiro da aposentadoria não cobria.

Era um homem que costumava distribuir sorrisos e abraços pelas ruas de Juazeiro. Os momentos de raiva ficavam restritos às derrotas do seu time de coração quando chegava em casa cabisbaixo e ía direto para a cama. Nas muitas vitórias a alegria era contagiante. Na hora dos gols levantava do banco e corria na direção dos atletas para extravasar na comemoração junto com eles. Toinho morreu acreditando que, um dia, o Icasa voltaria a dar alegrias ao seu torcedor. Levou consigo essa tristeza no coração.

Como qualquer outro torcedor do Icasa, para ele foi duro ver o time bater a porta da Série A do Brasileiro e, depois, sair capengando ano a ano estando, hoje, na segundona cearense e em nenhuma divisão do futebol nacional. O time que lhe deu tantas alegrias terminou em débito com Toinho que leva consigo, também, a amizade de ex-atletas, comissão técnica, dirigentes, torcedores e imprensa que com ele conviveram. O Icasa que já tinha perdido o rumo da historia, acaba de perder o seu simpático mascote. (Site Miséria)

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