“Quero
que ela seja operada e que saia bem o mais rápido possível. Ontem, ela estava
chorando dizendo que não estava mais aguentando”. Este é o relato
de Juliete Mariano, irmã de Fernanda Mariano Roseira, que desde o
dia 7 de
janeiro, após sofrer um acidente que a fez quebrar as duas
pernas, estava internada no Hospital
São Francisco de Canindé. Na manhã de ontem (13),
Fernanda conseguiu a transferência para o Instituto José Frota (IJF), em Fortaleza.
A
data da cirurgia ainda não foi divulgada. Segundo a assessoria do
IJF, Fernanda passará por uma avaliação do caso, exames médicos e depois
terá sua cirurgia agendada. A unidade hospital explicou ainda que não pode
divulgar o estado de saúde da paciente. Até chegar em Fortaleza, a espera
de Fernanda foi longa: um mês e
oito dias.
Atendida
em um posto de saúde em Lagoa do Mato, zona rural de Itatira, a paciente foi enviada
ao hospital de Canindé, local mais próximo do Município. Sem condições de
realizar a cirurgia, o hospital transferiu Fernanda no dia 4 de fevereiro
para o Hospital
Regional do Sertão Central (HRSC), localizado em Quixeramobim.
“Estávamos
em Canindé e disseram que tinham arranjado uma vaga para ela no
hospital de Quixeramobim. O médico pediu os documentos da
transferência dela para saber o atual estado da minha irmã, mas o hospital
não tinha nos entregado nada. A cirurgia foi adiada depois
porque falaram que o hospital não tinha material para fazer o
procedimento”, lembra Juliete.
Sem
materiais disponíveis para a cirurgia, a paciente retornou a Canindé e lá
permaneceu até ontem. “Ela foi admitida no hospital de Canindé
devido à gravidade do problema e logo entrou na lista da Central de
Regulação e Procedimento e foi enviada ao Hospital
Regional do Sertão Central. Por falta de material,
Fernanda retornou para cá”, explica João Paulo, coordenador administrativo do
hospital de Canindé.
Acidente
Mãe
de dois filhos, um de quatro e outro de 12 anos, Fernanda, 29, pilotava
uma moto quando em uma curva, na localidade de Morrinho, em Santa Quitéria, um
carro invadiu a mão em que ela estava e bateu na motocicleta. Ela levava o
marido na garupa, que sofreu apenas alguns arranhões.
“Foi
muito sofrimento,
tinha hora que ela entrava em desespero e queria voltar para casa, do que jeito
que estava mesmo, e ficava repetindo que nada dava certo. A
gente que estava acompanhando vimos todo o sofrimento dela. Éramos mandados de
um lado para outro”, recorda a irmã de Fernanda.
A
equipe de reportagem entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa),
mas, até o momento, os questionamentos relacionados à paciente e à falta de estrutura
no hospital não foram respondidos.
(Diário do Nordeste)
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