O
volume de financiamentos para compra e construção de imóveis no Ceará cresceu
10,2% no ano passado ante 2017, chegando a R$ 1,263 bilhão - mas o avanço ainda
ficou abaixo da média nacional, segundo dados da Associação Brasileira das
Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Foram 4.740 unidades
financiadas no Estado, 24,5% a mais do que em 2017.
No
País, foram aplicados R$ 57,4 bilhões na aquisição e construção de imóveis, 33%
a mais que em 2017, interrompendo um intervalo de três anos de queda. No
Nordeste, o maior incremento nos financiamentos foi registrado na Paraíba
(38%). Os dados consideram recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo (SBPE).
Para
André Montenegro, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Ceará (Sinduscon-CE), o fato de o crescimento dos financiamentos no Estado ter
ficado abaixo da média nacional reflete o alto estoque do mercado local.
"As construtoras ainda não estão investindo. Nesse primeiro momento, o
foco é a venda de imóveis para depois voltar a construir, mas outros estados já
voltaram", diz.
De
fato, enquanto os empréstimos para aquisição de imóveis cresceram 14% no Ceará,
os relativos à construção recuaram 2% na passagem de 2017 para 2018. Resultado
bem diferente da média do País, em os financiamentos para aquisição cresceram
30,4% e para construção, 43%.
"O
Ceará foi um dos últimos estados a sair da crise, então são números que já
tínhamos previsto, mas está demorando para sairmos dessa situação. A tendência
é que comecemos a vender para que, ao longo de 2019, a gente se equipare ao
nível de estoques de outros estados", diz Montenegro.
Inadimplência
No
Ceará, a inadimplência da carteira de crédito imobiliário foi de 2,2%, também
acima da média do País (1,3%). No Nordeste, a maior taxa de inadimplência foi
registrada nos estados de Alagoas e Sergipe, ambos com 2,6%. No País, a maior
taxa foi registrada no Pará (3,2%) e a menor em Santa Catarina (0,6%).
Para
o presidente da Abecip, Gilberto Duarte, o recuo da inadimplência da carteira
de crédito de 2017 (1,5%) para 2018 (1,3%), mostra a resiliência do sistema
financeiro imobiliário no Brasil. "Com a inadimplência baixa, o apetite de
bancos para empréstimos é ainda é maior". (Diário do Nordeste)
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