Apesar
do crescimento fraco da economia brasileira e do desempenho pífio dos
aeroportos já concedidos à iniciativa privada, deve ser alta a demanda do
primeiro leilão de privatização do governo de Jair Bolsonaro - marcado para 15
de março. Os 12 aeroportos, que respondem por 9,5% do mercado doméstico, devem
render R$ 218
milhões de outorga mínima inicial para a União. Nos primeiros
cinco anos, os vencedores terão de investir R$ 1,47 bilhão na melhoria dos
terminais.
O
bloco do Nordeste - que inclui os terminais de Recife, Maceió, João Pessoa,
Aracaju, Campina Grande e Juazeiro
do Norte - será o mais demandado pela proximidade com a
Europa e pelo já intenso fluxo de turistas na região. Uma fonte do mercado
disse esperar até dez concorrentes para o bloco, que tem o aeroporto de Recife
como principal chamariz. O terminal recebeu, no ano passado, 8,3 milhões de
passageiros, registrando um número recorde e um aumento de 9% na comparação com
2017.
Vistos
como menos interessantes, os blocos do Centro-Oeste (que engloba os terminais
de Cuiabá, Sinop, Alta Floresta e Rondonópolis) e do Sudeste (Vitória e Macaé)
não devem ficar sem ofertas. O perfil econômico das regiões onde eles estão
instalados é o principal atrativo. O bloco do Centro-Oeste poderá atender ao
agronegócio, enquanto o aeroporto de Vitória é um importante terminal de cargas
e o de Macaé serve à indústria de óleo e gás.
De
acordo uma fonte, a maior parte das ofertas deverá ser feita por grupos estrangeiros. Para ela,
o fato de o governo ter retirado a exigência de a Infraero ser sócia nos
aeroportos torna o leilão mais atraente para os investidores, que poderão
operar os terminais de forma mais independente.
"As
novas condições, sem Infraero, investimento menor e novo cálculo de outorga
tornaram as concessões mais atrativas", acrescenta Pablo Sorj, sócio do
escritório de advocacia Mattos Filho.
(Diário do Nordeste)
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