As
respostas da presidente da Associação de Proteção à Vida (Aprov), Antônia
Ferreira, durante entrevista ao Jornal do Cariri, eram intercaladas por latidos
e miados dos animais que ela cuida. O trabalho em defesa dos animais, feito por
ela desde criança e em associação com outros protetores há dez anos, deveria
ter sido reforçado com a efetivação de leis municipais.
As
legislações, aprovadas em Crato (em agosto de 2017) e em Juazeiro (em maio de 2018),
ainda não foram colocadas em prática, mesmo com o prazo de seis meses dado para
serem efetivadas. Elas estabelecem a castração gradativa de cães e gatos como
forma de controlar o nascimento de animais, evitando, assim, a quantidade
exorbitante de cães e gatos abandonados nas ruas dos dois municípios.
Para
a vereadora juazeirense Jacqueline Gouveia (PRB), as gestões municipais não
enxergam a importância da causa animal. A parlamentar enfatiza a necessidade de
controlar a natalidade de cães e gatos, ao explicar que para cada humano que
nasce, são procriados 16 cães e 45 gatos. Ela opina que as prefeituras não
efetivaram as leis, temendo gastos. “Eles estão enganados, porque vão gastar
dinheiro público com saúde pública. A cada um real que investirem em castração,
eles economizar quatro reais na saúde das pessoas pelo SUS”, declara.
Voltando
ao caso da Aprov, associação com sede em Crato, a presidente Antônia Ferreira
também comenta a relevância de os municípios iniciarem as ações preconizadas
nas leis aprovadas. “Porque é através delas que vamos tentar fazer o controle
de natalidade, que é fundamental para que a própria cidade tenha uma saúde
pública melhor e também não haja mais sofrimentos dos animais. Um dos nossos
grandes objetivos é diminuir o sofrimento, o abandono, os maus tratos, a posse
irresponsável e a natalidade”, diz Antônia.
A
presidente da associação diz que somente o controle de natalidade possibilita
vislumbrar cenário como os atuais: “com cães abandonados nas ruas; cadelas com
15 cães atrás dela; a morte de animais envenenados, muito comum de acontecer
com gatos”. Ela pondera que existe um diálogo melhor e mais franco entre
protetores de animais e gestões municipais. Associações passaram a ter assentos
em conselhos de meio ambiente e saúde pública. Por outro lado, ela arremata: as
leis não foram colocadas em prática porque a causa animal passa longe de ser
uma das prioridades na área de saúde pública nos municípios.
(Jornal do Cariri)
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