O ministro Sergio Moro (Justiça) encerrou, nesta sexta-feira (14), a semana mais difícil desde que assumiu o cargo, sendo exposto em novos vazamentos pelo site “The Intercept Brasil”, mas conseguiu encontrar apoio explícito do Palácio do Planalto, que o prestigiou publicamente.

Desta vez, já na noite de sexta, o site, que havia divulgado, no início da semana, trocas de mensagens entre Moro e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, expôs diálogos entre o então juiz e o então procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. 

No chat, Moro pediu aos procuradores da Lava Jato nota à imprensa para rebater o que chamou de “showzinho” da defesa do ex-presidente Lula após o depoimento do petista no caso do tríplex do Guarujá. O pedido acabou atendido pela Operação após conversas entre procuradores e assessores de imprensa, que também foram divulgadas pelo site.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse não ver “nenhuma maldade” na troca de mensagens entre Moro e Deltan Dallagnol durante a condução da Lava Jato, divulgada no último domingo (9). Ele afirmou que a saída de Moro do Governo não foi cogitada em nenhum momento.

“Eu não vejo nenhuma maldade do lado de cá advogado falar com policial, promotor para apresentar uma denúncia robusta”, exemplificou Bolsonaro, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. Em defesa do ministro, o presidente disse também que “do outro lado, havia doleiros, empreiteiros, e poucos políticos que não têm qualquer compromisso com a honestidade”.

“O Moro não inventaria provas. Eles trocaram diálogos”, disse o presidente, afirmando que o “primeiro crime que existe é a invasão” dos dados telefônicos.

Segundo o “The Intercept Brasil”, Moro deu orientações a Dallagnol sobre como atuar em processos da Lava Jato, inclusive em um que investigava o ex-presidente Lula. Ao final do café, Bolsonaro evitou comentar sobre mensagens que ainda possam ser reveladas e justificou que “não é possível confiar 100% em ninguém”.

Indicação para vaga
Bolsonaro disse que Moro segue como um bom nome para a próxima vaga do Supremo. "É uma possibilidade muito grande". O presidente disse que o País tem uma dívida com o ex-juiz por "prender corruptos".

Moro admite 'descuido'
Moro disse que pode ter cometido um "descuido" ao repassar uma informação para procuradores da Lava Jato por meio de um aplicativo enquanto era juiz. Ele afirmou que não fez nada ilegal na condução dos processos e que os responsáveis pela invasão de celulares serão punidos.                   (Diário do Nordeste)

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