Há
mais de três anos descoberto no Cariri, o caranguejo guajá do araripe vem sendo
estudado e reintroduzido ao seu habitat natural pelos pesquisadores da
Universidade Regional do Cariri (URCA). Depois de uma ação de preservação da
espécie realizada no ano passado, no sopé da Chapada do Araripe, no sítio
Guaribas, dessa vez a soltura de mais espécies do ‘Kingsleya attenboroughi’, nome científico do
caranguejo, acontece no Arajara Parque, em Barbalha. A ação será nesta
quarta-feira (13) a partir das 9 horas.
O
caranguejo descoberto por pesquisadores da URCA tem novo capítulo registrado na
trajetória de sobrevivência da espécie. Em nível crítico de extinção, a
primeira ação de reintrodução da espécie em Reserva Particular de Patrimônio
Natural (RPPN), no sítio Guaribas, foi realizada em área restrita para
pesquisadores.
O
objetivo é ampliar os locais de ocorrência da espécie, em lugares distintos na
região. Os primeiros exemplares foram achados na área do distrito de Arajara,
em Barbalha. O acompanhamento da evolução dos crustáceos é realizado com a
parceria dos docentes da URCA, através de pesquisadores e alunos do curso de
Biologia, do Mestrado da Bioprospecção Molecular e Geopark Araripe.
A
soltura dos caranguejos, ocorre com o acompanhamento do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO e da organização não governamental
Aquasis, que atua com trabalho voltado para preservação do
Soldadinho-do-araripe.
O
trabalho conta com a orientação do Professor da URCA, Allysson Pinheiro,
responsável pela descoberta da nova espécie, descrita por ele e pelo
pesquisador William Santana, da Universidade do Sagrado Coração (USC). O
trabalho vem sendo realizado de forma cuidadosa, no intuito de reinserir os
crustáceos, observando até mesmo o processo de adaptação dos caranguejos à
temperatura da água.
Espécie
A
espécie de caranguejo (guaja-do-araripe) descoberta recentemente é endêmica da
Chapada do Araripe e ameaçada em um nível crítico de extinção. Há poucas
espécies restritas a um local específico de Arajara, distrito de Barbalha.
Esta ocorre em três riachos na região, que são muito próximos da comunidade, e
é muito impactado com lixo, desmatamento e pouca água.
O
caranguejo está sendo alvo de diversos estudos com objetivo de ampliar o que se
sabe sobre seus comportamentos e reprodução em cativeiro, enquanto será
realizada a reintrodução, com o apoio do ICMBIO. É a primeira já descrita
tipicamente no semiárido, que pode ser importante na descrição da paisagem na
América do Sul.
Postar um comentário