Ao
se manifestar neste sábado (9) pela primeira vez sobre a soltura do
ex-presidente Lula, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pediu aos seus seguidores
que não deem "munição ao canalha", em uma referência ao líder
petista.
"Amantes da liberdade e do bem,
somos a maioria. Não podemos cometer erros. Sem um norte e um comando, mesmo a
melhor tropa, se torna num bando que atira para todos os lados, inclusive nos
amigos. Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas
carregado de culpa", escreveu em uma rede social.
Na sexta-feira, a saída da prisão do ex-presidente Lula dividiu
opiniões no Palácio do Planalto e foi recebida com silêncio pelo presidente
Bolsonaro, que considera o petista seu principal adversário político.
Em Goiânia, onde participava da entrega
de ônibus escolares, o presidente não comentou o assunto, se ausentou de
entrevista programada e evitou os veículos de imprensa após a expedição da
ordem de soltura.
Em caráter reservado, no entanto, disse
a um grupo de auxiliares e aliados que a decisão do STF, que barrou a prisão
após segunda instância e permitiu a soltura do petista, deve ser respeitada.
Durante
a cerimônia na capital goiana, minutos depois da decisão do juiz federal Danilo
Pereira Junior, um assessor do Palácio do Planalto se dirigiu à tribuna de
honra e mostrou ao chefe a tela de seu celular.
Bolsonaro ouviu em silêncio e, menos de
um minuto depois, cochichou ao ouvido do ministro da Educação, Abraham
Weintraub, que estava sentado ao seu lado. Após a conversa, olhou para a frente
e baixou a cabeça.
Próximo
a discursar, o presidente falou sobre diversos assuntos, como a necessidade de
não ter o que chamou de "ideologia política ou de gênero" no Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio), mas não abordou a soltura de Lula.
Na sequência, deixou o local sem
comparecer a entrevista programada. A saída do presidente surpreendeu até mesmo
a sua equipe de comunicação. Minutos antes de Bolsonaro entrar no carro, dois
assessores palacianos já tinham organizado o espaço e anunciado que os
jornalistas teriam direito a três perguntas. (Folhapress)
Postar um comentário