FOTO: Deísa Garcêz |
Atualmente, o País está fora do período de safra do boi, que perdura pelo primeiro semestre, e a oferta já é normalmente diminuta neste período do ano, de entressafra. Além disso, a causa para preços elevados se dá porque o Ceará importa proteína bovina de frigoríficos de Goiás, Tocantins e Pará, que neste momento estão mais atentos para o mercado asiático, em especial a China.
O presidente do Sindicarnes, Everton da Silva, revela que mesmo entre os cortes de segunda, a queda no consumo chega a 6% nas últimas semanas depois da alta de preços. "O Brasil, que já tem uma grande exportação, começou a receber uma demanda da China e de outros países asiáticos com agressividade. Da noite pro dia, aumentou muito a exportação de carne e a procura ficou muito maior".
Com esse aumento, o cliente passa a procurar outras proteínas e essa maior demanda faz com que aconteça a natural regra da lei da oferta e demanda, que faz com que o frango e a carne suína tenham seu preço valorizado. O economista e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Vicente Férrer, avalia que a variação já era esperada neste primeiro momento.
Neste momento, portanto, o consumidor nacional, salvas as proporções, praticamente concorre com os consumidores estrangeiros. Para o economista, os produtores brasileiros têm a oportunidade de abrir uma nova fronteira agropecuária, assim como aconteceu com os países do Oriente Médio e da Rússia.
"Esse mercado novo que abriu é muito positivo para o produtor brasileiro e pode se transformar num mercado definitivo e sólido. A opção por bens substitutos, ao mesmo tempo em que demanda mais dessas outras carnes, a lei da oferta e da procura faz os preços aumentarem mais", analisa.
Uma das líderes da bancada parlamentar da agropecuária, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) entende que o aumento do preço da carne não representa novo patamar e que o valor está abaixo do ideal. Para a ex-ministra da Agricultura, a arroba do boi gordo deve ficar mais barata nas próximas semanas.
Ela destacou ainda que a guerra comercial entre China e Estados Unidos abre perspectiva para que o país asiático busque outros parceiros no médio prazo. "Isso ampliou o mercado para o Brasil não só na área de carnes, mas em outras áreas também". (O Povo - Com Agência Estado)
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