FOTO: Sandro Valentim |
A informação está disponível no Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2007-2018, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 5.
Na proporção de trabalhadores na área da cultura, São Paulo e Rio de Janeiro se consolidam no topo da lista — com 7,1% e 6,8% em relação à população local empregada, respectivamente. Logo após aparecem os 6,4% do Ceará, único estado do Nordeste com mais de 6% da população ocupada empregada na área.
Para se ter ideia, o estado nordestino mais próximo do Ceará no ranking de foi a Paraíba, com índice de 5,7%. Todos os outros sete ficaram abaixo dos 5%, fechando uma média geral de 4,8%. A média cearense é “puxada para cima” sobretudo por Fortaleza, onde empregados na área representam 8,3% da população ocupada.
2º pior rendimento; homens ganham 66% mais
O cenário se altera significativamente na análise de remuneração: o rendimento médio mensal nacional de pessoas com 14 anos ou mais dedicadas às atividades culturais foi estimado em R$2.193, 00, levando em conta a inflação. O número foi 8,3% menor que em 2014.
No Ceará, o valor médio de rendimento na área é de tão somente R$1.144,00, apenas seis reais a mais que a média de R$1.138,00 do Pará. O rendimento da área no Estado, considerando os dados fornecidos pelo SIIC, equivale a 30% da média salarial do Distrito Federal, a maior do País para o setor e avaliada em R$3.763,00.
O setor ainda apresenta grande disparidade entre gêneros e raças no Ceará. Homens empregados na cultura no Estado, por exemplo, tinham em 2018 rendimentos médios de R$ 1.457,00, contra apenas R$ 877,00 entre mulheres, sendo a média masculina 66% maior que a feminina. Em Fortaleza, a diferença aumenta, com média masculina de R$ 2.062,00 contra média feminina de R$ 1.222,00.
Entre raças, pessoas da cor branca que trabalham na área tiveram média de rendimentos em R$ 1.715,00 no Estado, contra apenas R$ 932,00 pretos ou pardos. Na Capital, a disparidade entre raças também é maior, com a média entre brancos aumentando para R$ 2.420,00, contra média de R$ 1.177 para pretos ou pardos.
Gastos estaduais aumentaram
Nos destaques positivos, o Ceará — ao lado de Maranhão e Pará — apresentou incrementos expressivos nos dispêndios efetivados pela esfera estadual em 2018. Na análise dos gastos da administração pública das três esferas de governo (federal, estadual e municipal) entre 2011 e 2018, o SIIC aponta uma redução do total dos gastos públicos alocados no setor cultural pelos governos estaduais em 27,5% no ano passado.
Em sua quarta edição, o SIIC reúne um base de informações e indicadores relacionados ao setor cultural — como análise dos gastos da administração pública, do Índice de Preços da Cultura (IPCult), dos gastos das famílias e do acesso à Internet, à televisão e posse de telefone, assim como acesso a equipamentos culturais e meios de comunicação. (O Povo)
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