Um em cada cinco cearenses está enquadrado nos grupos prioritários para receber a imunização contra a Covid-19 nas fases atuais. A meta, no Estado, é vacinar nas fases iniciais 1.841.659 pessoas, o que representa 20,46% da população do Ceará. Os dados foram levantados pela reportagem a partir do vacinômetro da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Contemplam os grupos prioritários, conforme o Plano de Operacional para Vacinação contra Covid no Ceará, da Sesa, na 1ª e 2ª fases:
Trabalhadores da saúde;
Idosos institucionalizados;
Indígenas e quilombolas;
Idosos;
Deficientes institucionalizados;
Trabalhadores da força de segurança e salvamento;
Gestantes e puérperas;
Pessoas com comorbidades.
Ao longo da semana, a secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida, falou sobre a entrada do Ceará na terceira fase da vacinação contra a Covid-19. Fortaleza e outras cidades conseguiram avançar.
"A gente prevê que, em até duas semanas, com o empenho que todos os municípios estão tendo, a gente consiga concluir a vacinação desses grupos", pontuou Magda.
Tanto na rede pública quato na rede privada é possível solicitar atestados e declarações médicas obrigatórios para a vacinação das pessoas com doenças crônicas que são prioridades. "É importante uma declaração, atestado médico ou relatório médico para indicar a aplicação dessa vacina", alertou a gestora.
Até agora, o Ceará imunizou, com as duas doses, 46,67% desta meta estabelecida. Os números também foram calculados com base no vacinômetro da Sesa.
No entanto, quando observadas as doses aplicadas em relação às recebidas, o percentual sobe: na primeira dose (D1), o Estado aplicou 1.472.477 vacinas de 1.821.399 recebidas, o que representa 80,84%.
Já na segunda dose (D2), foram aplicadas 859.367 das 1.032.445 vacinas recebidas, montante que indica 83,24%.
Na Capital cearense, o percentual da primeira dose está inferior à média estadual. Ainda conforme dados da Sesa, foram aplicadas 475.987 doses de 620.656 recebidas, o que significa índice de 76,69%. Já na D2, foram 271.656 aplicações de 325.931 distribuídas (83,35%).
Este percentual tende a crescer após o fim do mutirão que ocorre hoje (16) em Fortaleza. Mais de 39 mil pessoas estão agendadas para receber a segunda dose da vacina CoronaVac.
MENORES APLICAÇÕES
Das 184 cidades cearenses, as quatro com menor índice de aplicação da primeira dose (D1) são Canindé (52,90%), Altaneira (54,16%), Coreaú (59,67%) e Maracanaú (62,77%). Curiosamente, Canindé, município com menor índice de imunização da D1, já aplicou 100% das doses D2.
Já as quatro cidades com menor índice de aplicação da D2 são Várzea Alegre (50,54%), Horizonte (53,60%), São Luís do Curu (54,71%), Altaneira (59,76%). Este último município é o único que aparece nas listas de menores índices de aplicação D1 e D2.
IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO
A epidemiologista Caroline Gurgel alerta a importância de uma "vacinação rápida e em massa" para o efetivo combate à pandemia. Ela, que também é virologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca que somente as medidas restritivas não serão suficientes para conter o vírus Sars-Cov-2.
"A Covid-19 tem transmissão área e as novas variantes se mostram mais contagiantes. Manter o distanciamento social e utilizar álcool em gel e máscaras é importantíssimo, mas o principal é vacinar, em massa e de forma rápida. Esse é maior objetivo".
CAROLINE GURGEL
Epidemiologista
Para que o esquema de imunização continue avançando é preciso maior distribuição de doses. Porém, a suspensão, por parte do Instituto Butantan, da produção da CoronaVac, por falta de insumos, deixa os estados brasileiros sem perspectiva de envio de novas doses.
Diante desse problema, a imunização em todo o Brasil tende a ficar ainda mais morosa. "Está muito lenta [a vacinação]", pontua Gurgel. Como consequência, complementa a virologista, o vírus pode sofrer outras mutações.
"Para uma pessoa totalmente imunizada, ela precisa tomar as duas doses e devemos esperar pelo menos duas semanas. Se esse processo é interrompido, ou adiado, o vírus pode se multiplicar no nosso organismo, fazendo cópias e surgir alguma mutação", explica Caroline.
Fonte: Diário do Nordeste
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