Foto: Rodolfo Santana

A região do Cariri é um importante polo econômico, com forte influência religiosa, cultural e crescente evidência nos setores do comércio e indústria. Entretanto, a região também é marcada pelo alto índice de violência contra as mulheres.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE), em janeiro deste ano, os municípios do Cariri somaram 210 casos de violência doméstica contra mulheres.

Por isso, o 8 de março não é uma data comercial, mas, sim, um dia de luta e reivindicações pelos direitos das mulheres. Criado oficialmente em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Mulher foi proposto, em 1910, pela ativista e operária alemã Clara Zetkin, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, capital da Dinamarca. A proposta de Zetkin era de que essa data fosse marcada, mundialmente, por mobilizações de mulheres da classe trabalhadora, as quais reivindicariam melhores condições de trabalho e direito ao voto.

Nos dias atuais, essa data é marcada por passeatas nas ruas de cidades em boa parte do mundo. A origem desta tradição não é certa, no entanto, uma das mais emblemáticas manifestações de mulheres em prol dos seus direitos ocorreu em 8 de março de 1917, na Rússia, e foi organizada por operárias do setor de tecelagem que entraram em greve e ocuparam as ruas de São Petersburgo, com cartazes que reivindicavam “igualdade, pão, paz e terra”.

8M Cariri 2022

Composto por dezenas de mulheres, sindicatos e mais de 26 organizações sociais da região, o 8M Cariri volta às ruas em 2022, após um ano, para realizar a tradicional marcha do Dia Internacional de Luta das Mulheres pelas ruas do Centro do Crato. A concentração ocorrerá em frente à Prefeitura Municipal do Crato, na terça-feira (8), a partir das 8h. A organização ressalta a importância do uso de máscaras e de álcool em gel e o distanciamento social no evento.

A professora e integrante da Frente de Mulheres do Cariri, Verônica Isidório, uma das organizadoras do ato, ressalta os motivos que levam as mulheres a irem às ruas: “Mais uma vez, estamos lutando pelo fim da violência contra as mulheres, pelo nosso direito de existir com dignidade. A gente também vai pra rua contra o racismo, que tem assolado a população negra, principalmente as mulheres negras desse país, do Cariri; também contra a LGBTQIA+fobia, ano passado foram quatro transfeminicídios no estado do Ceará, todos com requinte de crueldade; e contra o governo federal, que tem estraçalhado com os direitos das mulheres”.

Dentre as pautas locais, Verônica ressalta a necessidade da criação e ampliação de creches no município: “Muitas mulheres não conseguem procurar trabalho porque não têm onde deixar seus filhos. Por isso, levantamos bandeiras por políticas públicas que atendam as mulheres, que impactem elas de forma positiva, como uma educação e o transporte público de qualidade, um Sistema Único de Saúde que atenda de forma eficaz a população brasileira”, pontua.

Além da mobilização nas ruas, o movimento 8M Cariri também organiza uma campanha de arrecadação de alimentos e produção de conteúdo nas redes sociais sobre o ato e a data.

A campanha de arrecadação de alimentos e produtos de limpeza contemplará famílias de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, chefiadas por mulheres e em situação de vulnerabilidade social. Os interessados em doar, podem realizar depósito bancário ou transferência on-line, pela ferramenta Pix. Confira as informações abaixo.

Para doar:

Depósito bancário: Banco Bradesco, Agência: 771-4, Conta Poupança: 1001746-7, Ana Verônica Barbosa Isidorio.

Chave Pix: 88999633495, Ana Verônica Barbosa Isidorio.

Mais informações em: instagram.com/8mcariri

Fonte: Site Miséria

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