Apesar da quadra chuvosa deste ano ter alcançado bons resultados, já há preocupação em relação à quadra chuvosa de 2024. Nesta quinta-feira, 1° de junho, foi realizada coletiva de imprensa sobre o balanço da quadra chuvosa de 2023 no Ceará, que chegou ao fim na última quarta-feira, 31. No Palácio da Abolição, o evento foi conduzido por gestores do Sistema Hídrico do Estado.
Segundo Eduardo Sávio, presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), há preocupações com a quadra chuvosa de 2024, devido à atuação do El Niño. Conforme o presidente, de junho de 2022 até maio de 2023, o Oceano Pacífico estava em condição de resfriamento, entretanto, no Pacífico Equatorial, por volta dos meses de abril e maio, vem ocorrendo o aquecimento da região.
“Quando a gente olha as camadas subsuperficiais do Pacífico Equatorial nós temos essa tendência persistindo nos próximos meses, a tendência é que janeiro, fevereiro e março nós temos uma probabilidade de 70% de ocorrência de El Niño”.
De acordo com Eduardo, caso o El Niño se consolide, haverá uma “subsidência de ar”, ou seja, um fluxo de ar de cima para baixo, o que impediria a formação de nuvens, já que o vapor quente úmido não conseguiria se elevar e, consequentemente, formar as nuvens para a precipitação. “Por isso que a gente tem que manter o monitoramento, e que a alocação leve isso em consideração para usar essa informação nas decisões e liberações ao atendimento de demandas que são previstos pelo sistema de reservatórios do Estado”.
QUADRA CHUVOSA 2023
A quadra chuvosa deste ano terminou com o maior volume hídrico registrado nos últimos 10 anos, com 51% da capacidade total nos 157 açudes do Estado. No entanto, o alto nível de precipitações também trouxe desafios aos órgãos públicos do Ceará. Entre os meses de maio e abril, alguns municípios cearenses estiveram em situação de emergência ou calamidade, no caso de Milhã.
Participaram do momento representantes da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra); da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará (Cedec).
O presidente da Funceme, Eduardo Sávio, falou que toda a “irmandade” entre os órgãos foi importante para que a situação fosse resolvida. Eduardo, inclusive, fez sugestões para que tais circunstâncias emergenciais sejam solucionadas mais rapidamente. “Eu acho até que a gente tem que trabalhar algo que a gente institucionalize todo o Estado. O grupo de contingência que nós temos, muito focado na seca, na cheia ele merece ser outro grupo, a meu ver. Isso é um processo que a gente precisa discutir, porque aí o foco é cheia, não é mais escassez hídrica”, disse.
Ainda de acordo com o presidente da Fundação Cearense tem se discutido tais propostas com o coordenador estadual da Defesa Civil, tenente-coronel Haroldo Gondim. “O secretário, logo no início quando a gente chegou, se colocou à disposição de ir atrás de recursos em Brasília, para a gente fortalecer o sistema informacional necessário para as ações da Defesa Civil, porque a gente se viu numa situação muito frágil em alguns momentos”, completou.
“Nem tudo são boas notícias, nós tivemos algumas perdas de vidas humanas, nós tivemos prejuízo em termo de infraestrutura, o que mostra que temos que continuar avançando no fortalecimento das ações de antecipação e estruturação das instituições que efetivamente dão a resposta para esse tipo de evento”.
Conforme a última atualização do Boletim Integrado de Ações de Apoio aos Cearenses Afetados pelas Chuvas, do dia 9 de maio, um total de sete óbitos ocorreram em decorrência da precipitações intensas no Ceará.
Fonte: Opinião CE
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